17/03/2022 - Atualizado há 958 dias.
Redação do Portal l R4.
A possibilidade da presença de metais pesados na água distribuída no Espírito Santo pautou a reunião híbrida da Frente Parlamentar de Fiscalização de Obras e Tratamento de Esgoto no Estado. O encontro ocorreu na tarde desta quarta-feira (16) no Plenário Judith Leão e contou com a participação da responsável por um estudo sobre a qualidade da água no Brasil, políticos, ambientalistas e representantes da Cesan e da agência reguladora estadual.
O presidente da frente, deputado Gandini (Cidadania) abriu os trabalhos falando que a reunião teve como base a divulgação do Mapa da Água, realizado pelo site Repórter Brasil, que apontou substâncias químicas e radioativas com possibilidade de serem cancerígenas na água de várias cidades brasileiras. “Fiquei bastante impressionado com o estudo, que é referente a 2018 a 2020. Existem municípios que têm confirmação de contaminação”, alertou o deputado.
Segundo Aranha, a maior parte dos resultados estava dentro do limite da legislação brasileira, mas a quantidade de números acima superou as expectativas da equipe. “São 763 cidades com pelo menos um teste acima do limite. O principal problema é o subproduto do tratamento (da água). É um retrato preocupante porque essas substâncias derivadas do processo de desinfecção são substâncias cancerígenas que não deveriam estar acima do limite da água nunca”, disse
Já Rafael Bessa, químico da Divisão de Controle de Qualidade da Cesan, contou que toda a água produzida pela empresa é analisada antes de ser distribuída para que esteja potável e própria para o consumo humano. Conforme esclareceu, na fatura de água enviada para as residências existem informações sobre a qualidade do produto, assim como no site da companhia, e que anualmente os dados são encaminhados de forma completa para o Sisagua.
Ele destacou que são feitas milhões de análises da água por ano e que os laboratórios da Cesan são creditados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e pelo selo ISO 9001. “Até 2020 a gente repassava os dados para as vigilâncias municipais e eles colocavam nos bancos de dados. A partir de 2021 a Cesan passou a colocar direto no Sisagua”, frisou.
Foto: Divulgação.
Participante da reunião, o presidente da organização Juntos SOS Espírito Santo Ambiental, Eraylton Moreschi, confrontou as informações repassadas pela representante da Arsp e disse que a agência e a Cesan não cumprem a Portaria 888, especialmente quanto à notificação prévia da população abastecida quando houver operações programadas que possam submeter trechos do sistema de distribuição à pressão negativa ou intermitência e sobre os padrões de qualidade da água. Além dos citados, participaram da reunião o deputado Alexandre Xambinho (PL), o vereador por Cariacica André Lopes (PT); e o diretor Operacional da Cesan, Thiago Gonçalves Furtado.
A nossa redação fez contato com a Cesan via E-mail, até o fechamento da matéria não houve retorno.
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Fonte: Edição de Nicolle Espósito/Assembleia do ES.